Porque deixei de ser vegetariana

Hoje jantei carne, mais precisamente 3 almôndegas de vaca feitas por mim.
No fim deste mês faria 3 meses que não tocava em carne, 3 meses que me alimentei muito mal.
Talvez por ignorância ou falta de pesquisa não fui capaz de arranjar pratos elaborados, diversificados e interessantes. Sinto que limitei a minha comida durante este tempo a saladas, massas, hambúrguer e arroz. Não senti vontade de almoçar ou jantar. Descobri sabores novos e que irei continuar a usar, como o bulgur, os bolinhos de grão e as sementes e frutos secos. Não acho piada nenhuma a quinoa e lentilhas só assim de vez em quando. Não Tolero de momento nem o cheiro nem o sabor de refeições pré-feitas vegetarianas e o sabor da soja já não me passa na garganta. Comecei a gostar de abacate e esparregado. Descobri que hamburgers de feijão são muito apetitosos. Não cheguei a provar tofu nem seitan.
Então resolvi voltar a comer carne porque para mim o importante é alimentar-me melhor e isso não andava a acontecer, pelo contrário havia dias que tomava o pequeno-almoco, uma fruta e uma massa pré-feita e mais nada. Não gosto de vegetais congelados, não gosto do sabor de restos vegetarianos, conclusão tinha de cozinhar todas as refeições e isso para mim não é viável. Passei os últimos 3 meses enfiada na cozinha, cozinhar para mim, outro prato para eles, mais sopa e algumas vezes uma sobremesa, foi uma carga de trabalho terrível. Passei uma média de 3h/dia durante 3 meses na cozinha. Estou cansada.
Os motivos então porque volto a comer carne são: alimentar-me melhor, passar menos horas na cozinha, comer mais variado e não saltar refeições.
Nós sempre comemos muitos vegetais, por isso nisso não haverá diferença. Apenas agora não terei de andar arreliada  de se passarem dias em que não como quase proteína.  
Não senti qualquer problema ao provar hoje de novo carne, foi como se nunca tivesse parado.
Confesso que me sinto desolada, acho mesmo que não precisamos de carne nem de matar para sobreviver, não senti a falta de carne propriamente dita mas sim a falta de comida decente e variada. Como tentei 3 meses sem sucesso, cada vez a comer pior, vou limitar-me ao que considero ser uma boa alimentação incluindo carne, peixe e marisco. Foi muito mais difícil decidir voltar a comer carne do que ter parado, precisamente porque estou a ir contra algo que defendo.
Andei a bater com a cabeça para voltar a comer carne, mas no fim e por estúpido que pareça foi uma frase que alguém postou no Facebook que me fez decidir, a frase dizia "Mude de opinião", mudei a minha.

Programas de televisão

Começou a dar um reality show cujo título traduzido é " a mãe mais sem vergonha de Inglaterra ". Ora passei por lá os olhos e é mais do mesmo, alguém com muitos filhos, muitos benefícios e boa vida. Ok, mas que raio de título é esse? Imaginem os filhos desta senhora quando crescerem verem isto. Sei que ela deve receber bom dinheiro pelo programa mas ser assim apelidada?
Este país tem reality shows de tudo, são mais que muitos e muitas vezes sem bom senso por parte de quem os produz e olhos com palas para lucro, apenas lucro!

Não paro de me admirar

Sempre achei que sabia algo do mundo, não que tenha viajado algo ou a algum sítio de jeito mas porque vejo TV, leio e uso a internet e caramba vivo em Londres há 13 meses, também conta!
No entanto, todos os dias neste país me acho ignorante. Talvez esteja mais curiosa porque tenho amigos de tantos países diferentes agora e procuro informar-me sobre a sua cultura. Da mesma forma quando cheguei a Londres senti necessidade de perceber o porquê de haver tantas maneiras diferentes de usar o véu e as distintas roupas. Sou curiosa e graças à internet o saber mais está à distância de um clique.
Não há dia que não aprenda algo, por exemplo, descobri que 1 em cada 6 ingleses nunca cozinhou uma refeição inteira. Fiquei a saber que há muitas muitas, demais crianças de 6 anos neste país que nunca provaram nada que não tivesse saído de um pacote pré-feito.
Fico assombrada com as coisas que vou descobrindo, vi também uma reportagem que em média, no conforto do lar, os ingleses emborcam cerca de 3 a 5 garrafas de vinho por semana.
É tudo tão diferente da realidade com que cresci, daquilo em que acredito e que defendo que nem acredito como a maioria é possível.
A maior parte das vezes sinto que andei de olhos fechados estes anos todos, há lugares no mundo onde parece que o tempo parou no século XIX e se vive em clima de medo, aprisionados, insultados. Estou apalermada com tamanho preconceito e ignorância.

Portugal é um país tão moderno

Na Rússia é proibido falar sobre homossexualidade a crianças.

Leio o que escrevi e penso que o mundo está perdido.

Já não há amizades para sempre

Nada nos prepara para ser esquecidos por quem em tempos um lugar tão especial ocupou. Tenho amigos que perdi há anos e não consigo seguir em frente, esquecê-los. Outra coisa que odeio são pessoas que se fingem amigas ou só querem a tua amizade quando mais ninguém está por perto, quando lhes convém. Com marido, filhos, empregos tem de haver sempre tempo para a amizade. Os maridos podem deixar-nos, os filhos fazem-se à vida, as pessoas reformam-se e é neste percurso que as amizades têm de estar no seu lugar, sempre presentes, nunca desmazeladas. Quase todos os dias alguém no campo das minhas amizades me desilude. Dou demais de mim e isso só me tem trazido tristeza. Estarei assim tão errada em querer estar com os meus amigos????

Como perder 2kg em 15h

Sábado à noite tive uma gastroenterite com tudo de bom que isso traz, domingo consegui beber uns 100ml de água e mais nada.Hoje pesei-me e estava com 60.7.
Por isso minhas amigas esta foi a dieta mais rápida e dolorosa de sempre vos digo.

Hoje aqui mesmo junto a mim

Um camião, abrem-se as portas, saem os refugiados, são algemados.

Eu vivo no centro de Londres.
Isto aconteceu 50metros a seguir à minha casa.

3 dias

Há 3 noites que durmo no chão do quarto da miúda, não mais que 1h seguida para controlar a febre, sim sim é assim louca a febre. Há 3 dias que digo ao meu mais que tudo que não me seguro em pé. Hoje fiquei com 38 e só aí o desgraçado acreditou em mim.

Até 2017 algo se saberá.

Parece que o sítio onde estou nunca dará para cimentar raízes.

Chatice pá!!!

Ontem a miúda após duas semanas de tosse e ranho,tumbas ficou com febre. Às 4 da matina o pai foi o felizardo que teve de lidar com a crise. Hoje sobrou para mim que ele teve de trabalhar. A Lai fica perdida de mimo, a juntar à moleza da febre, quando fica doente.Quer colo, miminhos e atenção total. Hoje fiz o almoço a voar com muita birra dela porque queria a mãe e depois nada mais. Estamos tão cansados de de dois em dois meses a miúda ficar doente que mandamos vir pizza para nos alegrar. Algo que diz que passaremos a noite acordamos a queimar estas calorias.

Em Junho, em Portugal fomos ao médico com a 2' amigdalite dela, a médica que não devia ter mais de 35 anos disse: " Se começa tão cedo com amigdalites, preparem-se que de 2 em 2 meses vai ter". Não sei se ela tinha o dom da adivinhação, mas tenho todas as datas anotadas e bate totalmente certinho. Ontem fez 2 meses que começou com febre. Estamos tramados!

3 anos

Há 3 anos por está altura estava grávida de 2 meses, não me segurava em pé, tinha passado o último mês a fingir-me "não grávida" no trabalho acartando caixas de livros super pesadas e não podia mais. Tinha decidido não leccionar nesse ano, recusando o emprego de sempre e queria ficar em casa. Podia receber subsídio de desemprego, depois combinava com a licença de maternidade e portanto parecia bem. Até aos 5 meses de gravidez foi sem dúvida uma bênção porque não fiz mais nada senão vomitar, andava morta. Dos 5 aos 9 andei entretida a organizar tudo, passou a voar. Os primeiros 6 meses após ela nascer andei a tentar criar-lhe rotinas, horários, amamentar e protegê-la do frio. Dos 6 até  aos 12 meses ensinei-a a comer, a dar passeios ao ar livre, a apanhar flores e a dormir sozinha. Após ela já ter mais de 1 ano é que percebi que era mãe, já não era a Andreia. Ninguém queria saber se o dia tinha sido mau, se queria desaparecer e havia dias que achava que ninguém me ajudava.  Dos 12 meses aos 17 passavam o tempo a explicar-me que ela não andava por minha causa, não falava porque não a ensinava e que tinha de lhe cortar o cabelo. Aos 18 meses convenci-me que ia enche-la de brinquedos, roupas, pô-la a lidar com outras crianças e ir ao parque diariamente. Dos 18 aos 31 meses continuam a acusar-me que ela não fala porque não a ensino, que chora muito porque é culpa minha, que não vai ao pote porque não perco horas nisso. Ah e que o cabelo ganha nós porque não penteio a toda a hora. Têm passado a vida a explicar-me que sou muito má nesta tarefa, talvez nunca a Lai venha a ser médica porque não a levei a passear em hospitais... Aos 21 meses decidi não lhe gritar e aos 25 pô-la a estudar porque em Inglaterra os meninos são avaliados. Ensino-lhe as letras, números, tempo, português, inglês, cores, artes. Uma parvoíce na minha óptica mas parece que assim agrado toda a gente, mas ela ainda não aprendeu nada do que lhe ensino. Ela passa 10h acordada ao dia e nesse tempo temos os passeios, o parque, as manualidades, a culinária, as brincadeiras do faz de conta. Entre muito choro, birras, fraldas e tarefas domésticas. Não há dia que não ande de rastos e é nisso que diferem as mães que trabalham. Elas não sentem está urgência de serem mães e educadoras o dia inteiro. Entreter uma criança é difícil. Ah e a televisão é para mim apenas ligada quando já não posso mais, quando não consigo conjugar tudo. Percebem o quanto exigente sou comigo.

2 meses vegetariana

Hoje vi o vídeo "A carne é fraca". Um documentário brasileiro sobre os crimes em nome de um pedaço de bife. Felizmente já não como carne, senão ficaria o resto do dia a sentir-me mal. Desejo muito que um dia o meu mais que tudo queira ser vegetariano e adoro o facto de a pequena pouco ou nada comer de animais. Acredito que no futuro, parar de comer carne seja cada vez mais uma decisão global. A mim nunca tal me tinha passado pela cabeça, tenho 32, parei de comer carne aos 31. A Lai tem 2 espero que aos 5 entenda porque não como animais e queira ela própria também não comer. Nunca a irei obrigar a seguir qualquer opção minha, mas torço muito que ela queira seguir esta.
Hoje fomos alimentar os animais, tenho-lhes mais respeito e custou-me vê-los presos. Têm boas condições e são estimados, mas aquele não é o seu meio natural.
E ficam a saber que as ovelhas adoram salsa e que as aranhas podem ter até 8 olhos.

E logo vamos à nossa primeira festa de aniversario em Londres. Começamos a ter vida social!!!

Quem sofre são as famílias

Leio muitas vezes posts no Facebook sobre a falta de tempo dos pais para os filhos devido ao seu trabalho. Lamento muito mas acho que o problema é consciência dos pais pelo que é mais importante.
Confesso que já conheci mães com 3 empregos, 2 filhos para sustentar e ninguém a quem recorrer, que saíam de casa as 4 da manhã e entravam às 23h. Essas mães eram umas lutadoras e não perdiam tempo com NET ou afins mas estas mães não são a maioria dos pais.
A maioria dos pais gasta mais tempo no Facebook ou em cafés com os amigos que a brincar com os filhos sem nenhuma interferência.
Os valores foram-se por água abaixo.