Must have
A idade é relativa
Ontem ia no metro sentada não nos bancos como as pessoas crescidas mas na beira da porta, num assento mais alto onde é suposto somente encostar o rabo. Ia sozinha a baloiçar os pés, tinha um vestido florido e botas pelo joelho. Não me achei com ar de mais de 25. Comecei a pensar que se calhar não ficava bem ir com aquele ar de menina pois tenho 33 quase. Demorei uns 2 minutos e lembrar-me da minha idade, tive mesmo de subtrair o ano actual ao do meu nascimento. Não me sinto com 32, não contei mais depois dos 30. Não vou contar.
Se antes me custou aceitar-me como mãe, hoje acho-me uma mãe sexy e jovem. Ainda que a minha paciência pudesse ser melhor.
Há 3 dias que a minha filha não chora nem faz birras. Há 3 dias que eu decidi parar de gritar ou falar menos bem para ela. Todo o acto tem uma consequência, estamos todos mais felizes, eu, ela com o seu sorriso de 34 meses de vida que por magia nos ilumina os dias.
Ontem fui explorar os últimos saldos e ao fim de 4 meses a namorar um casaco de penas azul marinho curto lá o comprei por 18£, óptimo preço.
Há semanas que a vida corre mal, esta felizmente foi boa, muito boa. Fossem todas assim...
Novos mantras
One in one out:
Basicamente por cada coisa que comprar, uma tem de sair de casa da mesma secção.
Sinais de amor pela casa:
Cada vez que me apetecer gritar com a Lai irei ver os corações de amor e parar para me acalmar.
O termo que escolhi para 2016 é clutter, em português, tralha! Ando fascinada com vídeos de organização e destralhar.
Ainda não perdi 1grama desde que vim das férias, aterrei com 63.8 e ainda não os larguei.
Desespero
Antes de ser mãe havia uma série de situações que eu tinha definido, a saber :
- a criança não come porque os país não a obrigam
- como é que alguém pode bater numa criança
- o que levará alguém a matar um filho
- as crianças não tem maldade nenhuma
- a criança deve ficar em casa com os país até aos 3 é o melhor para elas
- não trabalhar e educar um filho é o melhor do mundo
- nada se resolve aos berros ou com ameaças
- as guloseimas são apenas para dias de festa
- a TV não serve para os entreter
Depois fui mãe, sou-o há quase 3 anos. E todas as coisas que não entendia fazem sentido. Todos os dramas que sucedem numa família com a chegada de um filho eu já entendo. Porque não há trabalho mais exigente, tarefa mais complicada e sem horários nem meta definida como a maternidade. Mexe com o casal, traz muita dor de cabeça e não devemos julgar ninguém.
Esta mãe que se tentou matar não deve ser julgada, ela pediu ajuda, ela fez o que nos ensinam a fazer e Nada a ajudou. Esta mãe nunca mais irá ter paz e ela só precisa de um amigo. Consigo imaginar o que ela sentiu, a força e coragem para ver na morte a única salvação. Sinto uma imensa pena de não ter havido quem lhe desse a mão. E uma vez mais é o sistema que falha chutando a bola para outro organismo e a pessoa vê-se desesperada, acumula em si toda a tristeza do mundo mas, como sobreviver quando os nossos filhos são espelho de dor, sofrimento e agressão... Sou incapaz de condenar esta mulher, sendo verdade que o marido era um agressor e que ela pediu ajuda às entidades competentes.
Dias cinzentos
Acordei eram 7h são 16h e não fiz nada de útil. Andei um pouco a pé, brinquei com a miúda, estudei um pouco mas quando me sento a olhar para o horizonte sinto que foi um dia inútil. Talvez porque não houve dramas, nem pressas... Pode bem ser isso. Uma pessoa habitua-se a viver em stress e quando um dia é apenas ver as horas passar ficamos confusos. Até o jantar já está feito e sinto que tenho de complicar, uma sobremesa feita com a miúda?!? Isso traria os meus cabelos em pé de volta.