Desespero

Antes de ser mãe havia uma série de situações que eu tinha definido, a saber :
- a criança não come porque os país não a obrigam
- como é que alguém pode bater numa criança
- o que levará alguém a matar um filho
- as crianças não tem maldade nenhuma
- a criança deve ficar em casa com os país até aos 3 é o melhor para elas
- não trabalhar e educar um filho é o melhor do mundo
- nada se resolve aos berros ou com ameaças
- as guloseimas são apenas para dias de festa
- a TV não serve para os entreter

Depois fui mãe, sou-o há quase 3 anos. E todas as coisas que não entendia fazem sentido. Todos os dramas que sucedem numa família com a chegada de um filho eu já entendo. Porque não há trabalho mais exigente, tarefa mais complicada e sem horários nem meta definida como a maternidade. Mexe com o casal, traz muita dor de cabeça e não devemos julgar ninguém.

Esta mãe que se tentou matar não deve ser julgada, ela pediu ajuda, ela fez o que nos ensinam a fazer e Nada a ajudou. Esta mãe nunca mais irá ter paz e ela só precisa de um amigo. Consigo imaginar o que ela sentiu, a força e coragem para ver na morte a única salvação. Sinto uma imensa pena de não ter havido quem lhe desse a mão. E uma vez mais é o sistema que falha chutando a bola para outro organismo e a pessoa vê-se desesperada, acumula em si toda a tristeza do mundo mas, como sobreviver quando os nossos filhos são espelho de dor, sofrimento e agressão... Sou incapaz de condenar esta mulher, sendo verdade que o marido era um agressor e que ela pediu ajuda às entidades competentes.

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