As mães modernas

São aquelas que afirmam que não foi amor à primeira vista
São aquelas que se queixam que ficaram assoberbadas de emoções no pós-parto
São aquelas que afogam a "solidão" em comida e nunca perdem o peso da gravidez
São aquelas que dizem que há dias que querem estar sozinhas
São aquelas que querem ficar em casa e querem ir trabalhar, umas indecisas
São aquelas que estão lá em cada novidade do seu bebé
São aquelas que dizem que há dias que os seus rebentos são umas pestes
São aquelas que sabem pedir ajuda
São aquelas que ficam saturadas de tanta tarefa diária
São aquelas que lutam por conciliar maternidade e profissão
São aquelas que continuam a ter mais trabalho em casa que os homens
São aquelas que tentam estar em todas as frentes
São aquelas com uma paciência infinita
São aquelas que compreendem os sacrifícios das suas mães
São aquelas que trocam saltos altos por brincadeiras no parque
São aquelas que limpam lágrimas com o coração despedaçado
São aquelas que se fazem fortes quando só querem chorar
São aquelas que choram por sentir um amor tão grande por outra pessoa
São aquelas que não são compreendidas
São aquelas que deixam os filhos sujar as paredes de comida e sorriem por os ver comer sozinhos
São aquelas que os deixam comer papel, flores e uma bolacha que caiu ao chão
São aquelas que dizem com voz firme Não e o vêm ser ignorado por um sorriso matreiro
São aquelas com um bebé ao colo, um saco de compras mais o saco do bebé... mãe polvo
São aquelas que querem namorar mas estão exaustas e ficam tristes
São aquelas que aprenderam a fazer comida em três tempos
São aquelas que tomam banho à pressa porque pressentem o bebé chorar
São aquelas mesmas de sempre, porque a mãe não mudou, apenas mudaram os queixumes das mães

Mudou a vida que tentámos levar tendo filhos e obrigações. Queremos que fique tudo como era antes mas a vida tem de mudar. Os jantares fora, os copos até de manhã, isso tem de mudar ou deve se queremos estar lá para deitar o nosso filho; se queremos ter energia para todas as maravilhosas brincadeiras do dia seguinte. É uma troca justa, deixa-se uma vida cheia de materialismos por sorrisos verdadeiros, beijos lambuzados e fraldas de cocó diárias que nos dizem que tudo vai bem.

Num tempo que se fala do ser em detrimento do ter, um filho pode nos ensinar que é tão fácil ser feliz com menos bens e mais das pessoas.

Nunca fui tão feliz! E ele ao fim do dia quando chega e vê a filha e ela o vê a ele, são dois olhares que se cruzam, que se inundam de entusiasmo, dois abraços num só corpo, a felicidade. 

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