Quando não há roupa no cabide...

Ele foi ali à Holanda num instante e volta já. 

O primeiro sinal é o cabide estar vazio, sem camisolas, calças, pijama masculino. Depois não há material informático pela casa, nem uma bicicleta a dar as boas-vindas. Não há aquela ânsia de que chegue as 18h para ser salva por ele, nas maiores birras da miúda. Deito-me cedo numa cama gelada sem beijinho de boa noite, ocupo o teu lugar com o tablet onde conversámos até um de nós ir para os braços do Morfeu! De manhã, ela não pia e eu continuo a dormir. Não partilho fraldas de xixi nem cocó, tudo meu... 

Ela farta de ver só esta figura maternal, já deve suspirar pelo regresso do pai. Eu sei que suspiro. Na véspera de ele ir, desta vez por tão pouco tempo, até estranhamos, o nosso coração estava apertado... sabem quando só apetece ficar junto da pessoa, pedir-lhe que não vá, soltar uma lagrimita de ternura e emoção. Nas 48h dessa véspera e desse dia da viagem, o meu coração esteve com palpitações, medo que algo acontecesse, saudades sem fim. Não dá para explicar, ele faz-me falta cada segundo, se ele não está, falto eu também, mesmo com ela aqui, não estou completa. 

Ontem ela viu o pai no skype, e ficou confusa, Porque está ele ali? Anda cá! Ela própria se emocionou, tão pequenina e com um coração tão grande. E o pai que nem é de fazer patetices, sério no seu papel no mundo, lá fez caretas e brincadeiras, pois pelo seu sorriso tudo vale! 

Ando mais cansada, faltam-se dois braços, que ajudam com ela ao fim do dia e pela manhã; a sua presença serena-me e dá-me novas forças ou apenas quando ouve os meus queixumes , mais que muitos, alivia-me a alma. 

Volta depressa, desta vez não é já para a semana, mas sim já sábado, mas custa como se fosse já para a semana.

Caramba ando a escrever tudo em -inho, esta coisa de ser mãe apodera-se da gente!

E eu dava um dedo mindinho para ir ver os Ala dos Namorados...

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