A Miss mastiga


Racismo E Preconceito

Hoje ao ver o último episódio de Downton Abbey sobre uma das moças que quer namorar um rapaz negro lembrei-me de quando eu no alto dos meus 15 anos (por ai) andava embeiçada por um borracho negro. O jovem era de Lisboa e eu de Gaia, trocávamos cartas com fotos e palavras de amor, sem nunca nos termos visto. Um dia ele foi a Gaia conhecer-me, era Sábado, foi interessante. Não o achei tão giro ao vivo, mas mesmo assim dava-lhe uma trinca. Infelizmente nunca chegou a acontecer e será mais uma das coisas que deixei por fazer (odeio arrepender-me de não ter feito algo). 
Ora tudo isto para dizer que os meus pais souberam deste meu "romance" por carta. Acho que a minha mãe até chegou a ver o moço. Felizmente nunca me teceram qualquer comentário quanto à cor dele ser diferente da minha. Nem eu nunca ponderei sequer haver algum problema familiar se me envolvesse com ele. A minha família sempre tratou todas as pessoas por igual, mas nem sempre isso acontece. 
E graças ao Facebook voltei a reencontrar essa minha paixoneta, melhor, ele reencontrou-me. Não o reconhecia se o visse na rua.
Na mesma época que isto acontecia comigo, uma outra amiga andava com o irmão dessa minha paixoneta. E ela passou muito nessa relação. Foi-me muito complicado assistir ao seu sofrimento. 
Hoje que sou mãe consigo perceber parte dos problemas que ela tinha. Não gostaria de ver a minha filha com um homem muito mais velho, fico sempre a pensar que se estão a aproveitar. Nessa altura tal nunca me passou pela cabeça, pois conhecia o contexto e o carácter da pessoa. Era um bom homem. 
No futuro se a Lai se envolver com alguém de raça, nacionalidade, religião diferente a mim é-me igual ao litro. Alguém muito mais velho terá de me provar as suas intenções. Importa-me o carácter da pessoa, homem ou mulher, serão sempre aceites como namorados/as da Lai desde que sejam simpáticos, honestos e generosos.
Portanto a meu ver os preconceitos sejam do que for são resultado de mentes tacanhas, mal informadas, demasiado preocupadas com o seu umbigo, pessoas injustas, medricas e de mau carácter. E eu também sou um pouco assim, por achar que a idade importa; por passar por um pedinte e recear que me assalte; por querer que a Lai nunca seja gorda, ... 
Ninguém está livre de ter preconceitos e acho que todos os temos, mas todos os podemos superar é só sabermos ver para lá do copo meio vazio. 

1 comentário: