Nisto de ser mãe...

Criei expectativas, tenho ambições para esta criança e ideologias vincadas. Uma delas sempre passou por a criança começar a comer pela sua mão o mais rápido possível. Desde a sua primeira refeição que tem sempre direito a uma colher e a um restinho de sopa para ir treinando levar à boca sozinha. Claro que tal objectivo meu implica que no fim ela esteja coberta de sopa/papa e que eu use uns 2 panos da louça por refeição, mais duas babetes, mais um banho quase completo no bidé, mais troca total de roupa pós-sopa. Mas para mim é fundamental que a minha filha tenha acesso à colher; à taça da sopa e ao copo. Da mesma forma que sempre que bebo água também lhe dou um bocadinho. Água fresca, água natural, água com gás, água da torneira filtrada ou água engarrafada, sou apologista que as crianças não precisam beber água fervida, ainda que no copinho dela a água que lá está seja engarrafada e fervida!Mas tanto bebe essa como água filtrada da torneira.

Acredito que as crianças se devem sujar para aprenderem a comer; seja porque assim aprendem a comer mais rapidamente pela sua própria mão; seja porque desenvolvem o gosto pela comida; seja porque faz parte de ser criança. Filha minha há-de sujar-se as vezes que quiser, é magnífico ver o interesse que já tão pequenina demonstra pelo acto de comer. Procura levar a colher à boca; tenta ir buscar sopa na taça, abre a boca à espera de comida; olha-nos com vontade de provar quando nos vê comer. 

Outra coisa que eu defendo é que não há invenções com a comida dela. Não vou acrescentar mais 50ml de sopa porque ela aparenta querer mais; não vou dar-lhe a provar do meu prato porque me olha com desejo. Não! Confio nos conselhos da pediatra. Sigo à regra o que é suposto ela comer nesta idade. Não há pressa e considero uma loucura os pais que dão uma colher de café aos filhos, entre outras coisas. Neste momento ela come sopa e papa, 150ml de cada e isso basta-lhe. Acredito que a alimentação é fundamental na vida do ser humano. Cometo centenas de erros na minha, na dela sou metódica; cuidadosa e ambiciono que ela descubra os doces e afins o mais tarde possível. Sei que no momento que ela comece a entender melhor e que coma o mesmo que nós, nunca mais haverá certos prazeres cá em casa. Quero criá-la saudável, pois sei que a maioria dos problemas que temos se devem ao que levámos à boca. 

Preocupa-me o papel do meio nestas minhas decisões, as pessoas nas nossas costas tomam decisões e dão coisas às crianças não ouvindo o que os pais dizem; isso aborrece-me. Sei que terei graves crises emocionais com isso. Não sou uma pessoa de gerar conflito, mas creio que me tornarei numa porque a filha é minha, têm mais é que respeitar a educação que lhe dámos concordem ou não.

Quando ela crescer terá acesso a toda a merdinha de comida que abunda no mundo, aí não controlarei a sua vida. Eu procurarei dar-lhe as melhores opções, em adulta ela responderá por si.