Home sweet home

Não sei se é do tempo quente, se é preguiça instaurada, se o cansaço dos últimos meses se abateu sobre mim. A miúda é uma paz e eu não me apetece sair da minha paz por nada. Há uma habitação à espera de uma super limpeza mas a minha moleza cola-me o rabo à cadeira. Sábado pela 1x desde que fui mãe passei a tarde a ver filmes, foi revigorante, fiquei a querer mais. Tenho tentado ser a super mãe, cuido da cria e da casa e eu fico em último lugar. Nos livros que leio dizem todos peça ajuda, deixe a bebé com alguém de confiança e vá dar um passeio. Pois... adorava! Eu não tenho ninguém em Lx, sou eu, ele e a bebé. Portanto não há como ir beber um simples café e não a levar. É esgotante cada segundo, não por ter uma filha mas por não conseguir ter o meu espaço neste novo papel. 
É maravilhoso ser mãe, beijar a carinha dela e vê-la sorrir é assim algo que só quem tem filhos consegue sentir. Tenho uma inveja profunda de quem pode contar com a ajuda dos avós. As férias no norte foram fantásticas, conseguimos ir aos cinema com amigos; jantar fora os dois; ir ao shopping; fazer praia; dar passeios à noite. Foi uma amostra do que deve ser a vida daqueles que têm ajuda com os filhos. Nós não temos hipótese de ser ajudados e emocionalmente isso abala-me. 
O facto de estar a amamentar ainda que seja ideal para bebé e para o meu bolso é uma grande perda de liberdade também. De 2h em 2h a cria tem de comer, devido a não ter aumentado o peso. De 2 em 2h eu perco 1h com ela, no muda fralda, come a arrota. Ao fim do dia o tempo que me sobra é muito pouco e tenho de o preencher com as tarefas da casa. Há dias que me sinto esgotada, que prefiro olhar o chão e ver cotão mas sentar-me no sofá apenas a olhar para ela no parque. Há dias, como hoje, em que não seguro as lágrimas e me sinto assoberbada de tarefas, que me sinto mal por estar a escrever em vez de estar a passar a ferro. Há dias que sinto que não tenho o direito de me sentar, porque há tanto por fazer. Há dias que só gostaria de poder pegar num livro e ir sentar-me na praia sozinha com os meus pensamentos. Ser dona de casa, mulher e mãe é difícil e não sei quando voltarei a poder ser "eu". 

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