Eu quase que não ia de férias

     Não é do tempo deste blog mas em Maio de 2008 ali mesmo no bater do final do ano lectivo ganhei um abcesso perianal (para compreender a coisa ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Abscesso_perianal). A coisa deu o ar da sua graça numa terça pela primeira vez e no domingo estava a ser operada de urgência com anestesia geral para remover aquilo. E agora que já tive uma filha de parto normal e a ferros e 24h de contracções de 2 em 2 minutos garanto-vos que aquelas dores eram bem mais insuportáveis. Como eu estava a dizer, fui operada, fiquei com uma ferida aberta com um dreno e andei uns 2 meses até me conseguir sentar, até lá eu e a minha almofada donut fomos inseparáveis.
    O pânico desde 2008 instala-se de cada vez que alguma borbulha teima em aparecer naquela área. Imagino o pior. É ver-me com o espelho, com o betadine, com o rabo para o ar a ser analisada pelo J.. E a zona ficou tão sensível que com tanto rabo, porque eu quase podia ser a JLo é sempre naquele spot que surgem. Pois no domingo, dia 23, senti uma pontada no dito sítio, my ass!Lá fiz o ritual, ok parece uma borbulha. Terça já desesperada lá foi o J. ver-me o spot infectado. Tinha uma borbulha, vai começo a espremer a borbulha, coisa que poderia parecer simples não fosse ter de recorrer a um espelho e acrobacias mil. Aquilo não deitou pûs como uma borbulha normal e entrei em stress. Vai de buscar o Lactacyd e compressas esterelizadas e comecei no ritual de observar a coisa a cada 30 minutos. Na terça de tarde já precisava do donut para me sentar e ao fim do dia a coisa já não era uma borbulha era toda uma bola de golfe dura e saliente. Paniquei e decide ir ao hospital no dia seguinte não fosse aquilo piorar. 
     Lá fui eu para o Hospital S.José pela primeira vez, que fica no cu de Judas e como era dia de Bon Jovi na Bela Vista, com a estradita cortada foi coisa para me fazer perder mais a minha sogra à procura do caminho alternativo. Pega na bebé de 2 meses e respectivas tralhas e fui preparada para lá ficar para ser operada e esquecer o belo do Algarve e ter de parar com a amamentação. A cada capelinha que batia no hospital referia a minha bebé com fome e num ambiente pouco propício e felizmente todas as profissionais tiveram isso em conta. Devo ter demorado uns 30 minutos no processo de triagem e ser atendida, coisa que nunca me tinha sucedido num hospital. A sra. doutora espremeu-me o mais que pode e disse que desta vez estava safa da faca porque felizmente era um abcesso já num estado muito avançado mas como rebentou era bom sinal. Também referiu que enquanto não for operada para me retirarem a cápsula aquilo pode andar anos a voltar a encher. Tão bom de se ouvir! Sai do hospital com um antibiótico compatível com a amamentação, três rezas a agradecer o bom atendimento e um nível de stress dentro do razoável. E ala que se faz tarde e fui de férias. 

E como foram as férias? 
Com 40º à sombra, uma bebé, uma sogra e um namorado foi o que se conseguiu...

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