Mas que sorte a minha...

     À uns tempos comentava com uma amiga, num dos nossos intermináveis cafés, que as solas das minhas botas novas estavam já a estragar-se. Não liguei muito ao facto e coloquei na lista de tarefas para um dia fazer- levá-las ao Sr. sapateiro.
     Hoje as botas morreram e eu ía morrendo junto. Vinha da escola, felizmente numa hora morta de pessoas na rua e há uma grande rampa ao lado de minha casa, daquelas ruas que antes eram pedrinhas e depois levaram com alcatrão em cima só para enganar o Zé Povinho.
     Vinha ao telemóvel com a minha chefe, devagarinho e com a mala ao ombro. Vou muito bem a descer a ladeira e pummm caí. O telemóvel ía voando, a minha chefe do outro lado da linha sem saber o que se tinha passado e eu no meio do chão a rir-me como uma perdida com algumas dores agoniantes no joelho. Bem lá me levantei e expliquei o que se tinha passado.
     Olhei para as botas e não vi nada de especial, pensei bem lá pûs mal o pé no chão... Continuei ao telemóvel e, uns segundos depois volto a cair. Rasgo as botas no chão alcatroado, as calças ficam esfoladas, o joelho idem e mais risos. A minha chefe começa a pensar que eu não estou bem, eu própria penso que alguém me deitou droga no chá e lá vou para casa.
     No elevador resolvo avaliar os danos. As calças ficaram bem, o joelho não chegou a deitar sangue mas saias tão depressa nem vê-las; a mão ficou queimada de me ter apoiado ao cair; as botas sem capas nem tacão, nem nada- lixo.
     Agora prevê-se que fique a mancar uns dias e traumatizada ao descer a ladeira. Do bolso terá de sair dinheiro para umas novas botas que o Inverno ainda vai a meio.

Moral da história, nunca atrase uma ida ao sapateiro!

O dia ainda vai a meio, o que será que me vai acontecer mais?

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