A paixão sempre viveu em mim. Nunca abarquei nenhuma viagem só porque sim. Se pisei o barco foi porque o coração me pediu.

Às vezes naufraguei de tal forma que ainda procuro hoje uma ilha que me deixe repousar.

À deriva, sem pensamento definido, sem grandes planos sempre fui assim ainda que esse estado seja uma contradição à minha natureza que receia largar tudo, prefiro um porto seguro.

Olhando para trás perdi muito por medo, a maior parte das vezes nem sequer tentei. Tive paixões que me escaparam pelos dedos, empregos pelos quais podia ter feito mais para mantê-los, amizades que devia ter dado mais de mim.

Tive homens que me amaram outros que apenas me desejaram. Outro que não sei o que pretendiam porque nunca o disseram e nunca fui capaz de lhes ler os olhos.

Olho o passado com algumas angústias, relembro palavras que não soube responder. Procuro recordar canções que fizeram todo o sentido, que alguém me dedicou, que dediquei a alguém.

Apesar de hoje saber que podia ter dado mais em cada envolvimento, sei que na altura dei aquilo de que fui capaz, disse aquilo que o medo me deixou dizer, fiz o que o momento permitiu.

Aos que amei, aos que desejei, dos que conheci há memórias em mim, pedaços do dia-à-dia que me trazem vocês à lembrança. As coisas nunca se esquecem apenas passam a habitar outro lugar em nós. O lugar das recordações, das memórias, da saudade…

E claro que todos temos saudades do passado por melhor que o "hoje" se apresente!

“(…) O que foi não volta a ser, por mais que muito que se queira (…) (Xutos e Pontapés)




A todos os que já conheci obrigado pelo que me ensinaram

1 comentário:

  1. Gostei do que li... bastante!
    Talvez por me identificar um pouco com as tuas palavras... as tuas emoções...

    um beijinho grande... e um Obrigada também*

    ResponderEliminar